Do lado gospel: Aline Barros, Oficina G3, André Valadão e Cassiane (parte superior da foto) são destaques.
Do lado católico: Anjos de Resgate, Adrielle, Alexandre Soul e Netinho (parte inferior da foto) fazem sucesso
Não é de agora que esta combinação agrada fiéis do mundo todo, independente do segmento religioso. Mas, nos últimos tempos, as tais melodias que cultuam divindades chamam a atenção do mercado fonográfico, inclusive no Brasil. Só para ter uma idéia, a indústria de produtos e serviços para cristãos - evangélicos e católicos - movimenta por ano mais de R$ 1 bilhão. De acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), em 2005, o segmento arrecadou mais de R$ 40 milhões do total de R$ 615,2 milhões adquiridos em todo meio musical no país. Detalhe: uma fatia deste lucro abastece os cantores de música gospel ou evangélica, e a outra parte vai para os músicos católicos.A expressão "gospel" apareceu no Brasil nos anos 80 pela Gravadora Gospel Records, pioneira neste segmento. Um dos primeiros nomes a executar este tipo de som foram as cantoras Marina Oliveira, Cristina Mel e a banda Rebanhão. Mas, este tipo de música fez sucesso de verdade na década de 90. "Comecei a ouvir este som, quando era criança. Hoje, sou apaixonado por estes hinos do senhor", expõe André Marquês, 25, freqüentador de uma igreja evangélica.A procura por estes materiais foi tanta que surgiram diversas gravadoras empenhadas nas "melodias divinas". MK Music - que detém 70% do mercado fonográfico gospel e 30% do mercado fonográfico brasileiro -, Zekap, Line Records, Gospel Records e Novo Tempo são as principais.
Com tanto investimento, um batalhão de artistas, pertencentes a esta cena, toma cada vez mais espaço nos porta-cds. "Aline Barros (acima), Voices, Cassiane, Oficina G3 e Diante do Trono são os maiores destaques do meio. Sou fã de todos", declara o cantor Robinson Monteiro. Robinson também propaga o "som do Senhor". O intérprete teve contato com a música ainda criança, mas foi em 2001 que conquistou o país participando do Programa Raul Gil como calouro. Naquela época, recebeu o apelido de Anjo por causa dos cabelos cacheados e olhos azuis. Ao lançar o primeiro disco em 2001, ele vendeu um milhão e meio de cópias e ganhou discos de ouro, platina e diamante. "Sempre fui cantor evangélico. Nasci em berço cristão e me considero um servo de Deus", acredita o músico.
Apesar das boas vendas, a música gospel brasileira fica praticamente restrita a cena evangélica, diferente de outros países. Para se ter uma idéia, nos Estados Unidos, grandes intérpretes da melodia norte-americana começaram como cantores "do Senhor". É o caso de Mahalia Jackson, Bessie Smith e Aretha Franklin, além de Ray Charles e até Elvis Presley (acima) - ao longo da carreira, ele lançou quatro álbuns cristãos: Peace In The Valley (1957), His Hand in Mine (1960), How Great Thou Art (1967) e He Touched Me (1972). Além disso, ganhou três grammys por suas interpretações gospel, em 1967, 1972 e 1974.
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